NOSSOS TIMES E HISTORIA DE SUCESSO
Pedroca, como ficou conhecio entre os francanos, era Pedro Murila Fuentes. Nascido em São paulo em 1929 e descendente de espanhóis, cursou educação física na USP, onde conheceu Vitório Bartocci ( Tuti ), um jogador de futebol da Francana, e o professor Artur Ewbank. Esses dois francanos passaram a influenciar o jovem professor, falando sobre o apego que Franca tinha pelos esportes. Assim Pedroca chegou a Franca como professor de educação física do IETC.
Muito dedicado e observador, Pedroca fez curso intensivo de técnicas de basquete em São Paulo e depois disso não parou. Participou de diverss clínicas de especialização em países como espanha, Portugal, Iuguslávia, Itália e Argentina.
Hélio Rubens, técnico a seleção brasileira e que sempre teve Pedroca como técnico, define sua filosofia de trabalho - Era um visionário. Ninguém entendia quando ele falava que não era para deixar o jogador adversário pensar e que o basquete se resumia a saltar e correr. Hoje é o conceito mais moderno de basquete, já que quem não pensa, faz no improviso e está mais sujeito a erros. Marcar a linha de passe, marcação mista - utilizar simultaneamente a marcação por zona com a individual eram coisas que Pedroca já fazia há mais de 40 anos.
Pedroca esteve diversas vezes a serviço da seleção. Participou das Olimpíadas de 1972 em Munique, e 1980 em Moscou. Na primeira foi assistente técnico do Kanela, e na segunda auxiliar de Cláudio Mortari. Seu grande resultado foi a conquista do Panamericano de Cali, em 1971, quando era auxiliar do técnico Édson Bispo. Em sulamericanos foi o técnico em dois vice-campeonatos e no título de 1971.
Como Franca nunca tinha nem os melhores jogadores, nem os melhores arremessadores, a saída encontrada por Pedroca foi desenvolver a defesa. 40 anos atrás, os meninos do Seu Pedro já faziam marcação dupla e da linha do passe, misturavam defesa por zona com individual e, enquanto a maioria das outras equipes usava apenas os três jogadores mais altos no rebote, Franca ia com todos, o que propiciava a saída de contra-ataque.
Para essa ênfase na velocidade, Pedroca começou a usar técnicas de atletismo nos treinamentos. Fazia os jogadores descerem e subirem os degraus da arquibancada, tanto de frente quanto de costa, além de levarem 10 quilos. Quando os francanos iam para a quadra, tinham uma impulsão absurda, além de uma resistência física de fazer inveja aos outros jogadores.
Ser o eterno técnico de basquete de franca - de 1951 até 1983 - foi apenas uma faceta do Pedroca. Ele era antes de qualquer coisa um educador. Usava o esporte como meio social de formação e humanização. Falava a todos o que tinham que ouvir e não o que gostariam.
Queria formar primeiro o homem e depois o atleta. Não se restringia ao basquete, e ficava bravo com os pais que chegavam até ele e exigiam que tornasse o filho um craque.
Tratava todo mundo com respeito. Chamava todos alunos de senhor. É com justiça unanime que hoje o ginásio de esporte de Franca recebe o nome de Pedrocão.
NOSSSO DIFERENCIAL
Extrapolando os limites da quadra e envolvendo toda a comunidade numa só emoção coletiva, a equipe recebe e absorve uma força maior, a qual se manifesta na garra, na vibração e na dedicação dos jogadores.
Há algo mais na equipe de Franca. Sua mística é algo envolvente e contagiante. É uma simpatia especial que parece conter sentimento de cidadania exercida pelos jogadores dentro da quadra, fazendo com que não vejam limites para os seus esforços.
Há algo mais na equipe de Franca. Seus protagonistas-jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores-emocionam-se, quando contam a história do cestobol francano: as primeiras equipes, os primeiros ídolos e conquistas. Há tradição, memória e respeito por tudo aquilo que Franca já fez em termos de basquetebol.
Há algo mais em Franca. Existem dirigentes que não procuram a notoriedade pública, mas que se dedicam à manutenção da equipe sem pedirem nada em troca. São verdadeiros promotores do esporte, que procuram fora das quadras o engrandecimento do nome esportivo da cidade.
Franca possui tradição no basquetebol, e esta não se sustenta no vazio. Se existe, é porque há uma maneira própria de ver, sentir, amar e jogar o basquetebol.
Franca não possui simplesmente um basquetebol de Clube ou um grupo de bons jogadores patrocinados por uma empresa, é muito mais do que isso - é uma comunidade, um povo, é orgulho e paixão de uma cidade inteira.
Mais ainda: existe uma filosofia e um estilo próprio de jogo, caracterizando o basquetebol francano como único na forma de marcação e contra-ataque.
Tudo isso fez com que Franca possua um basquetebol com a significação e envergadura que dificilmente sertá alcançado por qualquer outra equipe.
Filosofia do Prof. Pedroca:
"Não me dirigi à Franca para fazer o fantástico basquetebol. Não foi esta a minha intenção básica. Sempre fui cétivo em termos de usar o esporte e o lazer organizado e dirigido como um meio social e formação, humanização e educação das criançasjovens.
Apresento-me como um educador, um humanista e quase um político que acredita que o esporte pode realmente contribuir para a sociedade brasileira, para a formação das pessoas e para a melhor qualidade de vida de nosso povo."
Pedro Murila Fuentes
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